Nos jornais, é possível ver frequentemente o assunto sobre a alta do dólar, mas porque essa moeda continua subindo tanto? Para entender a causa, é preciso saber que existem uma série de fatores que envolvem os setores econômicos, políticos e globais, que impulsionam a valorização da moeda internacional.
No dia 17 de dezembro, o dólar alcançou a marca histórica de R$ 6,20, após o Copom (Comitê de Política Monetária) indicar deterioração das expectativas de inflação e aumento da atividade econômica na contramão da atual política monetária contracionista. Mas, um dos fatores que tem resultado dessa alta é a preocupação com o risco fiscal do país. Aumento da dívida pública, incertezas sobre as políticas econômicas e a capacidade do governo em controlar os gastos podem gerar desconfiança dos investidores, levando à busca por ativos mais seguros, como o dólar.
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Em uma entrevista ao portal CNN, Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas, explicou como as medidas do Governo Federal estão atreladas à alta da moeda: “É uma questão de segurança de capital. O mercado acaba não vendo uma factível no pacote fiscal apresentado pelo governo e uma dinâmica de aumentar arrecadamento sem planos para diminuir despesas. Quando você gera desconfiança, investidores correm para algo mais seguro, como dólar e ouro.”
No Congresso, estão em trâmites projetos que estão encaminhados para serem aprovados ainda neste ano: a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), Lei Orçamentária Anual (LOA) e pacote de medidas que estima uma economia de R$ 70 bilhões em dois anos.
“Ainda não está claro sobre o que será feito para colocar as contas em ordem. O aumento de juros não ajuda neste cenário fiscal, uma vez que a dívida pública está indexada à taxa Selic, tornando insustentável a situação”, complementou Gusmão.
Vale ressaltar que, outro fator que também deve influenciar diretamente nos próximos anos será o retorno de Donald Trump à Casa Branca.