10% das mortes do Brasil podem estar ligadas a ESTA causa

Todo mundo sabe que alimentos ultraprocessados – salgadinhos, refrigerantes e biscoitos recheados – não são opções saudáveis, mas é fácil nos esquecermos o quão prejudiciais eles podem ser para o nosso corpo. Uma pesquisa recente publicada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirma que uma a cada dez mortes do Brasil pode ser atribuída ao consumo desses alimentos.

A última Pesquisa de Orçamentos Familiares, conduzida pelo IBGE em 2017-18, afirma que 19,7% das calorias ingeridas pelos brasileiros vêm dos alimentos ultraprocessados.

Segundo o levantamento da fundação, a alimentação baseada nesses itens provoca até 57 mil mortes por ano, cerca de 10,5% dos óbitos registrados em 2019. Os números já são muito impactantes, mas o autor do trabalho, Eduardo Nilson, da Fiocruz Brasília e do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da Universidade de São Paulo (USP), afirmou que eles ainda “subestimados”.

“São [valores] subestimados, focados apenas nas doenças com estudos mais robustos em evidências científicas com relação aos ultraprocessados. Com mais dados [de outras comorbidades], porém, o custo com certeza seria bem maior “, declarou o pesquisador.

O estudo considerou dados relacionados a três doenças: obesidade, diabetes e hipertensão.

Além do impacto humano, essa alimentação baseada em ultraprocessados também gera um custo enorme. Com base em dados hospitalares, ambulatoriais e de farmácias de homens e mulheres adultos atendidos pelo SUS em 2019, a pesquisa revelou um custo de R$ 10,4 bilhões. É o dobro do investimento anual do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), por exemplo.

Tributar ultraprocessados é uma solução?

Em entrevista para O Tempo, Marília Albiero, coordenadora de Inovação e Estratégia da ACT Promoção da Saúde, afirmou que a reforma tributária em curso pode ser uma forma de ajudar o país a ter uma alimentação mais saudável.

“Tributar reduz o consumo dos ultraprocessados, impactando nos gastos do SUS. Também é fonte de financiamento para outras coisas, como combate à fome, melhora das mudanças climáticas, da biodiversidade ou Agenda 2030”, declarou Albiero.

Atualmente, o texto da reforma inclui apenas refrigerantes no Imposto Seletivo, ao lado de tabaco e álcool.

Fonte: O Tempo.

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