Um francês chamado Morgan Segui deu um relato emocionante para a BBC, onde explicou como um grupo de cabras o ajudou a encontrar a sua salvação. Tudo começou quando ele sofreu uma queda gravíssima de um penhasco longe da civilização, que tinha cerca de 40 metros de altura em Timor-Leste, país a cerca de 2 mil km ao norte do litoral da Austrália.
Quando acordou, Segui acreditou que iria morrer, ainda mais quando gritou por ajuda e não havia ninguém por perto: “Senti que minha camiseta estava molhada, mas não sabia de onde vinha aquele líquido”, contou Segui ao programa de rádio Outlook, do Serviço Mundial da BBC. Com um ferimento sério na cabeça e com dedos quebrados, Segui mal sabia que passaria cinco dias nessa angústia de encontrar ajuda e que teria um resgate ainda mais incomum: um grupo de cabras selvagens.
Entenda melhor como o francês foi salvo pelas cabras
Após sobreviver a esse acidente, Morgan Segui publicou um livro, onde narra sua experiência no Cinq Jours au Timor (“Cinco dias em Timor”, em tradução livre). De acordo com os seus relatos, Segui contou que desde que chegou no Timor-Leste, ouviu falar de um local sagrado, uma grande montanha numa ilha a cerca de 33 km da capital timorense, Díli.
Em sua mente, ele queria escalar a montanha que também é conhecida por Manucoco, mas os moradores o alertaram dos riscos. “É claro que esta é uma decisão que você não pode tomar em relação à montanha”, alerta ele. “É uma postura muito arrogante e perigosa.”
Após a queda, ele precisou pensar em alternativas de como sobreviver e pensou nos animais que se machucam e encontram formas de não morrer: “Eu disse, ‘vou fazer como fazem os mamíferos: vou aproveitar, deixar de ter medo, dormir o mais que puder e deixar que o mamífero dentro de mim tome as decisões’. Depois disso, tudo ficou mais fácil.”
Assim, ele continuou caminhando na esperança de encontrar ajuda e, três dias depois do acidente, se deparou com um grupo de “ataúro”, também conhecidos como cabras selvagens. Para surpresa de Segui, o grupo de cabras começou escalar o penhasco, de uma forma curiosa, fazendo zigue e zague pelas rochas, mostrando como ele poderia escalar também.
No dia seguinte, decidiu fazer o mesmo movimento, apesar das dores dos ferimentos: “Levei um dia inteiro para escalar o penhasco, porque fui muito, muito devagar”, ele conta. “Como se fosse um urso preguiçoso, tudo foi muito lento.” Quando terminou, encontrou uma plantação de abacaxis e descobriu que pessoas viviam naquela região, permitindo que buscasse ajuda.